Sobre
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Em 2010, o debate sobre as migrações ambientais ainda estava em suas etapas iniciais, confinado principalmente a círculos acadêmicos do Norte Global. Esse tema crítico era pouco abordado, apesar das crescentes evidências do impacto da degradação ambiental e das mudanças climáticas nos padrões de mobilidade humana.

Nesse contexto, a necessidade de investigar e compreender as migrações ambientais a partir de uma perspectiva regional se tornava cada vez mais evidente. No entanto, havia uma notável invisibilidade do tema na região, o que ressaltava a urgência de abordá-lo de maneira profunda, não fragmentada e contextualizada.

Em resposta a essa necessidade, um crucial encontro organizado em 2010 pelo Sistema Nacional de Emergências do Uruguai, a OIM e a UNESCO, com o apoio do Sistema das Nações Unidas e do Ministério da Fazenda, Organização Territorial e Ambiente do Uruguai, marcou o encontro de suas co-fundadoras: Erika Pires Ramos – acadêmica em fase de conclusão de sua tese de doutorado sobre os “refugiados ambientais” – e Alba Goycochea, responsável pela missão na OIM no Uruguai. Nesse encontro, ficou claro o trabalho segmentado e a pouca visibilidade do tema por parte dos governos, organizações internacionais, sociedade civil e academia. O nascimento da RESAMA, portanto, foi impulsionado pelo objetivo de levar as migrações ambientais para a agenda política e acadêmica, preenchendo uma lacuna crítica de conhecimento e ação.

Apesar dos desafios e da falta de recursos, a equipe da RESAMA começou a crescer, ocupar e influenciar espaços e fóruns relevantes, ampliando sua compreensão além da perspectiva internacional e legal, pesquisando a produção de dados, colaborando em processos de elaboração de normas e políticas públicas e publicando artigos e relatórios de posição estratégicos para o avanço do tema.

Por outro lado, temos aprofundado a compreensão das dinâmicas regionais e dos diferentes contextos locais de mobilidade/imobilidade através de pesquisas empíricas, enfatizando a necessidade de ouvir e participar das comunidades nas políticas e estratégias que impactam suas vidas e territórios, visibilizando as demandas e necessidades específicas de grupos e comunidades afetadas.